A Leishmaniose é uma doença infectocontagiosa causada por um protozoário, conhecido como Leishmania spp., sua transmissão ocorre pela picada de um mosquito flebótomo infectado, conhecido como “mosquito palha” ou “birigui”. Esta doença é considerada uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida ao homem e outros cães. Nos caninos, é conhecida como Leishmaniose Visceral Canina.
De acordo com a médica veterinária Drª Grasiela Merighi Tadini Bazotti, a doença é transmitida de um cão infectado para um cão sadio ou até mesmo para o humano, só se o animal doente for picado pelo mosquito e assim picar o ser humano ou outro animal sadio, sendo assim, para a transmissão, necessita que tenha o mosquito como veiculador da doença.
Não adquirimos a doença abraçando ou beijando um paciente doente, precisamos ter o mosquito para realizar o ciclo da doença e contaminar outro cão, humano ou até mesmo gato. Desta forma, o homem e o cão só podem ser infectados, se também forem picados por um flebótomo contaminado, explica a profissional. A confirmação da doença só pode ser feita através de exames de sangue.
Alguns sintomas que estão associados à doença e que podem levar o proprietário a desconfiar da enfermidade são: feridas na pele com difícil cicatrização, descamação seca da pele, pelos quebradiços, nódulos na pele, úlceras, febre, atrofia muscular, fraqueza, anorexia, falta de apetite, vômito, diarreia, lesões oculares e sangramentos. Nas formas mais graves, a Leishmaniose pode acarretar anemia e outras doenças imunes.
No Brasil, existe atualmente no mercado uma vacina contra a Leishmaniose Visceral Canina, que confere proteção superior a 92%. Porém o Ministério da Agricultura recomenda a proteção com o uso de coleiras Scalibor, que confere proteção contra o mosquito por 4 meses, sendo trocadas neste período, agindo como repelente para o mosquito.
Segundo Drª Grasiela, no Brasil o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina ainda é polêmico. “Os ministérios da Saúde e da Agricultura determinam que animais infectados pela doença, devem ser sacrificados; o que causa revolta nos proprietários e veterinários, pois os animais de estimação são considerados ‘membros’ da família.
Porém, o tratamento em algumas regiões está sendo liberado, e pode ser sintomático, com medicações veterinárias de uso oral, injetável ou que podem até ser manipuladas”, informa a veterinária, que completa: “por isso, fica a recomendação para que os proprietários de cães, principalmente aqueles que residem em locais onde os registros da doença são maiores, vacinem seus animais como medida preventiva e utilizam da coleira para maior proteção”.
O programa vacinal deve ser associado a outras medidas de controle, como combate ao inseto vetor (flebótomo), com a aplicação de inseticida no ambiente e o uso de produtos repelentes no cão, uso de coleira Scalibor, alem de controle de limpeza local, evitar matéria orgânica em decomposição (folhas, frutas, fezes de animais) onde o mosquito se reproduz.
Somente fazendo todo esse controle de proteção ambiental e em animais podemos proteger nossos amigos desta doença que vem fazendo grandes estragos em varias cidades e sendo causa de muitas mortes de cães.